O setor siderúrgico possui um papel crucial para a descarbonização do setor industrial, pelo fato do aço ser um dos materiais mais utilizados e aos processos energo-intensivos normalmente existentes nesse tipo de indústria, responsáveis por grandes quantidades de emissão de gases de efeito estufa (GEE). A Economia Circular emerge como uma alternativa para esse setor, especialmente do ponto de vista da estratégia de reciclagem, por meio da utilização da sucata na produção de aço. Parte da sucata necessária para a descarbonização do setor siderúrgico no Brasil pode ser obtida como resultado dos processos de descomissionamento da indústria de Óleo e Gás (O&G), ainda mais se for considerado que muitos campos e plataformas brasileiros encontram-se em final de vida útil e caminhando para fases de desativação. Neste contexto, o objetivo deste artigo é quantificar o potencial de geração de sucatas de aço e das emissões evitadas, em kg CO2-Eq, proveniente de equipamentos submarinos descomissionados do setor de O&G. Para isso, realizou-se o mapeamento do potencial de equipamentos descomissionados do setor de O&G no Brasil, a partir da busca de dados contidos nos Projetos de Descomissionamento de Instalações (PDIs) disponíveis no site da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e a classificação dos equipamentos em dutos rígidos, flexíveis, umbilicais e cabos elétricos. Como resultado, chegou-se a 6.253 toneladas de sucatas metálicas com potencial de serem reaproveitadas e
aproximadamente 9.380 ton de CO2.Eq evitadas. O artigo traz como principal contribuição científica primeiros números, passos e uma metodologia para se contabilizar essas emissões com foco no setor de O&G, que ainda é pouco explorado, principalmente no Brasil.

The lifecycle of offshore oil and gas installations has reached an age at which many need to be decommissioned. The challenges are many, as both the types of structures and the marine environments in which they occur are diverse. We present the framework of a method for assessing the environmental impacts of the decommissioning activities of oil and gas structures, focusing on the characteristics of the Brazilian installations, its marine ecosystems, and legislation particularities. The magnitude of the environmental pressures is derived from the technical features of the decommissioning process and uses, as much as possible, quantitative indicators with continuous or discrete scores. Environmental sensitivity, which is also expressed in numerical scores, is based on the component sensitivity and the presence of species threatened with extinction within the area of influence of the decommissioning activity. The objectivity sought in our approach makes the decommissioning process more transparent and traceable from the planning to its execution. This is likely to minimize conflicts among stakeholders and to smooth the licensing process by the regulatory environmental authorities. Moreover, the approach described here for subsea structures may be transferred to decommissioning other structures, advancing towards a unified method for the whole oil and gas sector.